A Biblioteca de Babel: a propósito de uma transcrição híbrida
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Graduação em Design Gráfico - Universidade FUMEC
Concepção editorial e projeto gráfico Ana C. Bahia
Ano 2012
Graduação em Design Gráfico - Universidade FUMEC
Concepção editorial e projeto gráfico Ana C. Bahia
Ano 2012
Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca.
[Jorge Luis Borges]
[Jorge Luis Borges]
O virtual não substitui o “real”, ele multiplica as oportunidades para atualizá-lo.
[Pierre Lévy]
[Pierre Lévy]
O presente trabalho teve como ponto de partida o conto de mesmo título escrito pelo autor argentino Jorge Luis Borges, grande mestre do realismo fantástico no século XX. Concebido para existir como um livro híbrido, A Biblioteca de Babel apresenta um corpo físico impresso que se desdobra no espaço virtual por meio de recursos de realidade aumentada. A partir de alguns elementos gráficos presentes no livro impresso, conteúdos virtuais poderão ser acionados pelo leitor (via aparelho celular), de modo a auxiliá-lo na compreensão integral do texto, bem como ampliar e renovar a sua experiência através de uma relação de interdependência entre mídias.
Dentre as figuras mais recorrentes na obra de Jorge Luis Borges podemos citar: o labirinto, o espelho, a espiral e a biblioteca. Esta última, com seus infinitos corredores, prateleiras e livros vem, por sua vez, vem representar a intra e intertextualidade tão intrínsecas à obra do autor.
Em seu conto A Biblioteca de Babel, Borges constrói uma espécie de inventário do caos. Partindo da ideia de que é impossível reconstruir o saber humano através dos fragmentados, repetidos e, por vezes, contraditórios saberes que cada livro contém, ele reflete sobre o ato de ler como sendo um ato essencialmente decifrador. No decorrer da leitura do texto borgiano, quem está a decifrar percorre múltiplos discursos e tece uma rede aberta de referências.
Tendo como objeto central de estudo o conto acima referido, o presente trabalho tem como objetivo investigar a relação de interdependência entre duas mídias distintas - o livro impresso e o espaço virtual - e os percursos pré-definidos da leitura, afim de buscar meios de rompê-los estabelecendo paralelos com a descrição conceitual que caracteriza a biblioteca de Borges. A intenção aqui é fazer com que o leitor sinta a sensação de se perder no livro como em um labirinto infinito de espelhos – o qual ele percorrerá em busca de uma linearidade, um sentido narrativo.
Belo Horizonte, MG, Brasil
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Fotografia Mauro Figa
Fotografia Mauro Figa